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TOHOSSOU
TOHOSSOU

Vodum Protetor dos Deficientes Físicos e Mentais

No período da escravidão , muitos dahomeanos,(hoje Benin)foram levados par o novo mundo e com eles a cultura e o culto dos Voduns. Por séculos, em todo o mundo, as crianças nascidas em circunstâncias especiais, eram mortas pois eram segregadas e rotuladas como seres de mau agouro, diabos ou que perpetuavam a miséria e o sofrimento de suas famílias, tornando-se assim, um estôrvo para seus pais. Eles eram assassinados, conforme estabelecido pelo grupo, para serem poupados de uma vida com olhares fixos e rejeições sociais.
Não havia nenhuma recompensa em sacrificar uma vida familiar cuidando dessas crianças carregadas de circunstâncias tão especiais.
Esta situação também estava presente na cultura dahomeana, até que um Vodum especial, nomeou Tohossou para encarregar-se de mudar essa situação.
Os Tohossous são congregados de antepassados reais que surgiram durante o reinado do Rei Akaba, o segundo rei do Dahomey (1685-1708). Eram conhecidos como “as crianças e o guardião dos três rios”, um lugar onde todos os antepassados viviam, e todos que morriam passavam a viver neste sagrado reino subaquático.
Este Tohossou foi considerado muito poderoso e, freqüentemente, era chamado para batalhas quando tudo já havia falhado, pois era um vencedor certo com uma rajada de sua poderosa espada.
Tohossou é agrupado com o “Neusewe” dahomeano, grupo da maioria dos mais antigos antepassados, hoje conhecido como “Loko”.
A primeira criança nascida com má formação física e a fazer parte desse grupo foi Zomadonu, filho mais velho Acoicinacaba.
Zomadonu é quem comanda este poderoso grupo de Trowo (espíritos ancestrais) . Para este grupo eram feitos sacrifícios e honras especiais.
Infelizmente, foi durante o reinado do rei Glele que deu-se a maior perseguição às famílias dessas crianças. Elas eram sacrificadas afim de poupar o reinado e suas famílias.
O mais significativo, é que esses antepassados reais eram, freqüentemente, ignorados e negligenciados pelos próprios reis. Muitas tentativas foram feitas por esses antepassados para atrairem a atenção dos reis em incentivá-los a dar-lhes as homenagens como era a tradição, mas os reis se recusavam veementemente, então esses antepassados se tornaram enfurecidos. Um dia, irritados, desceram na corte real, nos corpos dos adultos fisicamente mal formados e começaram a destruição, a devastação e a exalarem um cheiro forte e desagradável e, acima de tudo, muita confusão e desespero, destruindo a corte e vilas inteiras.
Imediatamente o rei chamou os bakonons de Fa para verificarem qual era o problema e o que poderia ser feito para acalmar esses espíritos poderosos e irritados.
Após um consulta cuidadosa, Tohossou começou a falar. Além de exigirem que todos os reis erguessem um santuário ao Vodum maior, Zomadonu, para que eles lhes pagassem as devidas homenagens, exigiram também que a repercussão da “fama” que os física e mentalmente abalados tinham fosse cessada. Declarou ainda que daquele momento em diante eles eram os seus guardiões protetores. Por último, propôs que, aqueles que nascessem naquelas condições, suas famílias deveriam erguer um pequeno santuário em suas casas e, os que assim fizessem, seriam recompensados e abençoados com prosperidades especiais.
Hoje, no Benin e em Togo, as crianças que nascem com má formação física ou deficiências mental têm uma cerimônia especial e, em suas casas, um pequeno altar é consegrado aos Tohossous.
Assim, em vez de trazerem desgraças financeira e emocional às suas famílias, trazem bençãos.
Aqueles que ficam incapacitados devido a idade, ferimentos ou doenças, também ficam sob a proteção dos Tohossous.