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NANÃ
NANÃ

Existem vários Voduns da linhagem de Nanã Buruku, que são feitos nos iniciados. Todos esses Voduns seguem a tradição de Nanã Buruku e são tão exigentes quanto Ela.

Para  iniciar um processo de feitura de uma Nanã, é exigido a abstinência de sexo, bebidas alcoolicas e outros prazeres carnais, pelo menos dois meses antes (na África são exigidos 3 meses), de todos que irão participar do processo de renascimento do iniciado.  Nesse período, são feitos vários ebós no iniciado e alguns poucos nos participantes e na casa de santo.

A bogami (bôgâmi - menstruação) é outro beko de Nanã.  Se durante o processo de iniciação a vodunsi ficar menstruada, deve ser afastada imediatamente de Nanã e ficar reclusa em um lugar especial, fora do templo, até que cesse esse período.

Na África as mulheres menstruada são proibidas de entrar no Templo de Nanã ou de participar de qualquer preceito, seja de rituais ou simplesmente fazer uma comida de santo.  Nanã diz que a bogami é um sangue impuro e aconselha as mulheres não cozinharem para seus maridos nesse período.

Por ter muita ligação com egungum é necessário saber tratar muito bem de Buku, entidade assistente de Nanã e Sakpata. Em uma feitura, não é permitido a sua presença, mas, ele deve ficar aposto, sua função será tomar conta de todos, para que nenhuma exigência da Grande Mãe seja desobedecida, principalmente a abstinência de sexo.

Assim como Buku, Legba Aghamasa (agramassá) devem ser tratados corretamente para garantir a paz, tranqüilidade e segurança nos rituais e preceitos.  Ebós e oferendas específicas devem ser feitos para essas duas entidades.

Os ancestrais dos Voduns, do iniciado, dos participantes e da casa de santo não podem ser esquecidos em hipótese alguma!

Antes, durante e depois da iniciação de uma Nanã devemos fazer muitos ebós, oferendas e preceitos.  Uma Nanã bem feita é caminho de prosperidade e crescimento para a casa de santo, do iniciado e dos participantes.

De acordo com a Vodum Nanã que está sento feita ou cultuada é que se determina, se comerá bichos macho ou fêmea.  Existem Voduns dessa linhagem que não comem bicho de quatro pés, outros preferem comer somente o Igby.  Nanã Buruku, por exemplo, não gosta de muito kun (sangue)

Vários textos têm sido publicados, citando o carneiro como o bicho oferecido a Nanã, mas, se observarmos as fotos que acompanham esses texto, veremos que se trata de cabra e cabritos.  O sacrifício de carneiro é o maior beko (kisila) de Nanã. Para essa Vodum, o carneiro é um bicho sagrado e não deve ser sacrificado.

O não uso da faca e outros metais nos nahunos e preceitos de Nanã devem-se ao fato de Ela ser muito mais velha que esses metais.  Por seu caráter conservador, quando o ferro e outros metais apareceram, ela preferiu manter o que já conhecia em seus ritos.

Vejamos abaixo alguns dos Voduns da linhagem de Buruku. e algumas curiosidade ligadas a Grande Mãe.

Nanã Densu ou apenas Densu – Segundo os Fons esse Vodum é um deus andrógino e seria o lado macho ou marido de Buruku. É muito cultuado nos rituais de Mami Wata onde é considerado o maior de todos os deuses, os Fons o compara a Olokun.

Muitos antropólogos têm atribuído erronêamente Densu a um deus hindu, devido seus fetíches e assentamentos apresentarem três cabeças.

Esse Vodum é muito rico e farto. Costuma presentear seus adeptos com suas riquezas.

Não é feito na cabeça de ninguém.

Nanã Asuo Gyebi (assuô giêbi) – Vodum masculino velho, que habita os rios. Muito popular em Ghana e tido como o protetor das crianças africanas que foram escravizadas.  Esse Vodum pediu aos seus sacerdotes que o levasse para os países onde os africanos foram escravizados afim de que pudesse resgatar suas crianças.  Ele já foi assentado em templos de Akonedi nos Estados Unidos e no Canadá.

Nanã Esi Ketewa (êssi quetêuá) – Vodum feminina muito velha, cultuada em Ghana, Cotonou e Allada.  Dizem os mais velhos que essa Vodum morreu de parto e que por isso a missão dela é proteger e tratar as mulheres grávidas assim como seus filhos

Nanã Adade Kofi (adadê côfi) – Vodum masculino, tem a função de proteger e defender todos os templos de Nanã. É um Vodum guerreiro, ligado ao ferro e outros metais. Cultuado em Ghana, Allada, Cotonou, Porto Novo, etc.  É o Vodum da força e perseverança.  Sua espada é usada pelos adeptos de Nanã, para prestarem juramentos de obediência, submissão e devoção a Grande Mãe.

Nanã Tegahe (têgarê) – Vodum feminina jovem, cultuada em Ghana.  Tem o poder de tirar feitíços das pessoas e lugares. Tem grande conhecimento no uso terapêuticos e ritualísticos das ervas. Muito alegre e faceira, gosta de dançar e cantar, mas fica muito séria e aborrecida quando encontra malfeitores e ladrões; ela os mata.

Nanã Obo Kwesi (obó cuêssi) – Vodum feminina guerreira, cultuada na região Fanti em Ghana.  Protege e ajuda os  kuhatô (pobres) e os azon (doentes).  Detesta quem faz aze (azê - bruxarias) ou qualquer mau a um ser humano.

Nanã Tongo ou Nanã Wango (tongô/uangô) – Vodum feminina, cultuada em Togo.   Grande curandeira, trata das pessoas com ervas, ebós e gri-gris.  É uma grande Azeto (azétó - feiticeira) e seu culto talvez seja um dos mais complexo.  Em seus nahunos, os sacerdotes prostam-se no chão ao lado dos bichos mortos e fingem estarem mortos também, assim permanecem até que Wango incorpore em um deles e os ressuscite. Todos levantam, os bicho são suspensos e preparados.

Nanã Tongo dança com muita alegria, vestida em suas roupas confeccionadas com as peles dos bichos sacrificados para ela.  Seus adeptos costumam presentear Wango com muitas jóias, enfeites, roupas e talismãs que a agradam.  Antes de começar os nahunos para Wango, corujas são atadas às árvores. 

 

Nanã Akonedi Abena – Vodum feminina jovem, cultuada em diversas partes da África. Seu principal templo fica em Later, cidade de Ghana. Quando Akonedi chega ela percorre a vila, esconde-se em arbustos e sobe em telhados à procura de feitíços, feiticeiros e malfeitores. Atende os moradores locais, fazendo libações e curando os doentes. Em Ghana é considerada a Deusa da Justiça

Seu corpo é coberto com um pó branco sagrado, usa saia de palha, seu rosto é descoberto, na cabeça usa um torço, no corpo muitos brajás e nas mãos trás um feixe de lenha.

Sua dança é selvagem e desenvolve-se dentro de um quadrado divino, dividido em outros quadrados menores feito com riscos do mesmo pó que cobre seu corpo. Esse conjunto de quadrado também é usado por suas sacerdotisas durante as danças.

Seu assentamento fica em um buraco dentro da terra, ficando somente a tampa deste aparecendo.

Os sacerdote e adeptos de Akonedi carregam-na nos ombros numa espécie de desfile, para que todos possam admirar e louvar a grande deusa da Justiça. Terça-feira é o dia consagrado a essa Vodum.

O Culto de Akonedi foi levado para alguns países, a pedido dos governantes desses.  Quem levou o culto de Akonedi para o novo mundo foi a maior autoridade religiosa do culto, Nanã Oparebea Akua Okomfohemma, falecida em 1995.

Mmoetea – Aldeia de pigmeus que vivem nas florestas de Ghana.  Formam uma sociedade secreta especializada no uso das ervas para diversos fins.  Desenvolveram a capacidade de curar qualquer doença física, mental e espiritual.  Trabalham com os espíritos da natureza e seu maior deus é Nanã.  Os espíritos da floresta deram aos Mmoeta o poder de ler a mente dos homens e dos animais. São grandes curandeiros e poderosos feiticeiros.

Buku – Assistente de Nanã e Sakpata que mata os doentes infectados pela varíola.  “Toma conta e presta conta” do comportamento moral das pessoas durante os cultos de Nanã e Sakpata.

Legba Aghamasa – Vodum Legba masculino, reina nos portais da morte onde reside Nanã Buruku.

Odom – Bolsa feita com pele de cabra não curtida, enfeitada com búzios, penas e sangue. Nessa bolsa são colocados os gris-gris venenoso e não venenoso que decidem

 

 

Falar ou escrever sobre Nanã é uma tarefa das mais difíceis, pois são tantas as história a ser contadas, que somente um livro poderia caber.

Todos os adeptos do Culto Vodum, devem prestar muita reverência a Nanã. Em seus cânticos e danças devemos nos alegrar e nos sentirmos honrados em poder, aqui no Brasil, participar dessa parte que na África é reservada somente aos seus sacerdotes e sacerdotisas.